Entenda como funciona o crédito de carbono, que acelera no Brasil

Saiba como funciona o crédito de carbono e por que o mercado deve movimentar US$ 50 bilhões nos próximos anos com soluções sustentáveis.

Entenda como funciona o crédito de carbono, que acelera no Brasil
Auren Energia
Publicado por: Auren Energia
6 min. de leitura

Você já ouviu falar de créditos de carbono? Seja por exigências do mercado, de investidores ou dos próprios clientes, negócios estão aderindo a formas de mitigar seus impactos ambientais e contribuir para a construção de um futuro mais sustentável.

Ter metas de neutralização de carbono já conta como:

  • requisito para compor pipelines de grandes investidores e para ser fornecedor de grandes empresas;
  • requisito para exportar produtos para alguns mercados, como o europeu;
  • demonstração de compromisso com a sustentabilidade e fator de reforço na reputação de marcas e instituições;
  • parte de um mercado que movimentará mais de US$ 50 bilhões até 2030.

Venha entender como funciona o crédito de carbono, como ele te ajuda a compensar as suas emissões e quais as vantagens de se juntar a este movimento agora.

Como funciona o crédito de carbono?

O crédito de carbono é uma alternativa para pessoas e negócios compensarem as emissões de CO₂ geradas por suas rotinas ou atividades produtivas. Como a descarbonização completa de processos e cadeias produtivas pode levar tempo, a compensação surge como uma alternativa viável no curto e médio prazo.

A captura do gás carbônico pode ocorrer por meio de projetos de reflorestamento, por exemplo, ou na geração de energia por fontes renováveis, que são mais limpas. Um crédito de carbono equivale a uma tonelada de CO₂ capturado da atmosfera ou que deixou de ser emitido.

Ao comprar créditos de carbono de uma dessas empresas, você contribui para retirar o CO₂ da atmosfera. Por isso se fala na lógica de compensação: ao comprar uma quantidade de créditos igual à sua quantidade de emissões, você neutraliza o impacto delas.

O mercado de créditos de carbono

Existem dois tipos de mercado de carbono: o regulado e o voluntário. O mercado regulado é estabelecido por governos via legislação, que define limites máximos de emissões para certas empresas e setores. Assim, as empresas devem comprar “permissões” para emitir CO2. União Europeia e Califórnia estão entre os mercados regulados que já operam. No Brasil, uma lei foi sancionada ao final de 2024, que implementa este mercado no país de forma faseada.

O mercado voluntário funciona sem obrigatoriedade legal, permitindo que qualquer organização compre créditos de carbono por iniciativa própria para compensar suas emissões, geralmente como parte de estratégias de sustentabilidade corporativa ou compromissos climáticos voluntários.

Sobre as diferenças operacionais desses dois mercados, podemos destacar:

Preço: o mercado regulado tem preços geralmente mais altos e estáveis devido à demanda obrigatória, além de padrões de verificação e monitoramento mais rigorosos impostos pelos reguladores. O voluntário tem maior volatilidade de preços, diversidade de padrões de certificação e menor uniformidade na qualidade dos créditos.

Objetivos: enquanto o mercado regulado foca no cumprimento de metas nacionais de redução de emissões, o voluntário serve principalmente para compensações corporativas e demonstração de liderança climática.

Brasil: potencial líder do mercado global de créditos de carbono

Embora o Brasil já participe do mercado voluntário, nossa oferta de créditos de carbono ainda é baixa quando comparada ao potencial do país. O Brasil concentra 15% de todo o potencial global de captura de carbono por meios naturais, com custos menores que a média global para desenvolvimento e implementação de iniciativas que fornecem créditos de alta qualidade.

Esses fatores, somados à segurança jurídica que o mercado regulado proporcionará uma vez estabelecido, criam um cenário favorável para expansão significativa do setor. Com isso, o Brasil tem a possibilidade de liderar o mercado de carbono no mundo. Segundo a consultoria McKinsey, o país emite menos de 1% da sua capacidade anual atualmente.

Uma demanda que só cresce e indica tendências futuras

Estima-se que a demanda no mercado global por créditos de carbono aumente 15 vezes ou mais nos próximos anos, movimentando US$ 50 bilhões até 2030, ainda segundo a consultoria McKinsey.

Quem integrar este mercado agora não só irá liderar um movimento por um futuro sustentável, mas também se beneficiará da valorização destes créditos e de mais tempo para reduzir suas emissões gradativamente.

O consumidor final também tem papel determinante nesse cenário, pois as tendências indicam que ele está cada vez mais preocupado com a sustentabilidade e com os compromissos ambientais das marcas que leva para casa. São considerados, na decisão de compra, se a marca tem iniciativas como gestão de resíduos, eficiência energética e controle de emissões.

Aproveite as novas possibilidades para agir

Comprar créditos de carbono e compensar suas emissões é bem simples: com a Auren Energia, por exemplo, você calcula sua pegada de carbono por meio de uma calculadora fácil de usar e também pode escolher quais projetos de alta integridade irão compensar suas emissões — tudo isso numa interface intuitiva e rápida.

Junte-se a nós nesse movimento pela descarbonização e descubra que Mudar Compensa.

Perguntas e respostas sobre créditos de carbono

O que são créditos de carbono?

São certificados que comprovam que determinado projeto ou atividade removeu ou evitou emissões de gases de efeito estufa da atmosfera. Cada crédito de carbono equivale a uma tonelada de CO₂ (dióxido de carbono) ou seu equivalente em outros gases poluentes.

Como funciona o crédito de carbono?

Funciona como um mecanismo de compensação: quando uma pessoa ou empresa emite gases poluentes, pode comprar créditos de carbono para “equilibrar” essas emissões. É como se as reduções feitas em um local compensassem as emissões feitas em outro, contribuindo para o balanço global.

Como é esse mercado no Brasil?

Hoje, o Brasil participa ativamente do mercado voluntário de carbono. Nesse mercado, empresas e organizações adquirem créditos de forma espontânea para cumprir metas internas de sustentabilidade, estratégias ESG ou compromissos climáticos voluntários. A qualidade e rastreabilidade desses créditos são garantidas por padrões internacionais, como VCS, Gold Standard, GCC e outros.

Em dezembro de 2024, o país deu um passo importante ao aprovar a lei que institui o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), criando as bases para um mercado regulado de carbono. O SBCE será implementado de forma gradual, abarcando alguns setores da economia. O sistema estabelecerá metas obrigatórias de emissões e criará um ambiente de incentivos: empresas que emitirem abaixo de suas metas poderão comercializar seus excedentes, enquanto aquelas que ultrapassarem os limites estarão sujeitas a sanções ou à necessidade de comprar créditos para compensar o excesso.

Como gerar créditos de carbono?

Os créditos são gerados por projetos que removem ou evitam emissões de gases de efeito estufa, como restauração e conservação florestal, geração de energia renovável e captura de gás em aterros sanitários. Para serem válidos, devem ser certificados por organizações reconhecidas, que verificam se as reduções são reais, mensuráveis, permanentes e adicionais — ou seja, não aconteceriam naturalmente sem o projeto.

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